9.4.10

UM DIA DE SOL E UM POUCO DE PROSA



Depois de mais um saudável passeio pelo meio das árvores, onde o oxigénio é mais forte e mais "verde", cheguei à orla onde se me deparou uma extensão de areia lisa e tentadora. Lá no fundo o mar esverdeado vinha beijar a sua areia e nela deixava bolhinhas brancas que se espalhavam aleatoriamente formando como que uma fronteira às curvas entre a sua areia e ele mesmo.

Levei um certo tempo a decidir se teria ou não coragem para destruir, com as minhas passadas, a beleza daquele areal reconfortante e morno que me conduziria até junto daquele mar belo, fresco e perfumado. Vencida a pena que sentia, decidi iniciar a minha caminhada, deixando atrás de mim uma fila de pégadas que formavam um caminho ora liso ora às curvas, sempre que olhava para trás para ver o meu estrago.

Cheguei, pousei a palma da minha mão na frescura verde e húmida daquela água bem fria
e de seguida molhei a face com ela. Todo o meu corpo sentiu aquele frescor e o mar molhou-me os pés como que para me cumprimentar e agradecer a minha visita ao seu espaço. Eu era quase a única pessoa naquela praia e, por isso, aquele mar ficou feliz. Ele gosta de ter visitas que o acariciem e lhe transmitam um pouco de calor humano.

Resolvi sentar-me junto dele, para saborear a frescura das ondas que vinham brincar com os meus pés. Fechei os olhos, com a cara virada para o céu, como que para meditar, apreciando aquele momento de felicidade e graça, quando, de repente, uma onda grande e brincalhona me cobriu e me molhou por completo, me assustou, mas... agradeci-lhe e ali permaneci. Logo de sequida ouvi um som que parecia uma gargalhada daquela onda engraçada que decidiu brincar comigo. Momento inesquecível!

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