18.4.10
TRISTE SOLIDÃO
Estou sozinha
No meio da multidão.
Grito, ninguém me ouve,
Ninguém me dá a mão!
Se todos somos irmãos,
Porque não damos as mãos?
Eu grito, ninguém me ouve.
Eu, eu não tenho irmão!
A água do rio me atrai,
A altura da ponte também.
Se eu gritar um forte ai,
Será que isso me faz bem?
Não, não, já gritei!
Ninguém, ninguém me ouviu!
De que vale o meu forte ai,
Se ele me foge no ar e se esvai!
Desisto, quero morrer,
Meu viver não é viver!
São tantos as angústias
Como as vou esquecer?
Irmãos, que não me deram as mãos,
Vou à ponte olhar o rio.
Vou entregar-me a ele tremendo,
Tremendo como quem tem frio!
***
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6 comentários:
Querida Mara,
este poema revela tristeza e desânimo, contudo não deixa de ser lindo!
Beijinhos,
Ana Martins
Mara
Neste momento o dia está a revelar-se com um ar vistoso mas parece-me que nem triste nem alegre.
Ele próprio não saberá lá muito bem que mensagem nos poderá passar.~
Andamos todos um tanto confusos, preocupados...
Será só da idade? Da falta de apoio solidário? Mas se cada um anda cada vez mais ensimesmado! Que fazer?
Belo e sentido poema!...O que já ajuda à vida! Mas o Homem precisa de muito mais. A ver vamos como iremos reconverter o nosso Futuo colectivo, global!
Esperança não nos pode faltar!...
Bj
António
Mae...livra prá proxima eles ficam ai um mesito!!!:-))*
Belo poema numa tragédia anunciada.
Amigo Manuel e
Querida Ana,
Eu não vou atirar-me da ponte abaixo!!! Livra...
Só tenho pena do que tem vindo a acontecer neste mundo. Como estaremos lá mais para para a frente?????
Que medo....
Amigo António,
Obrigada pelo seu comentário.
Conforme o mundo se está transformando, de dia para dia, mortes às centenas em todos os telejornais, tsunamis, sismos, vulcões que acordam...
Quantos não desejarão atirar-se ao rio.
Abraço
Mara
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