30.1.12

WOLFGANG MOZART




UM BRINDE


Ergo a minha taça para brindar à música inesquecível que Mozart deixou para delícia dos nossos sentidos. Sim, porque ela nos percorre de lés a lés. Todo o nosso ser se contagia pela beleza dos seus acordes, ritmo, leveza e tudo o mais que, só a boa música é capaz de despertar em nós, seres inteligentes e sensíveis a tudo que é belo. Também é digna de nota a biografia do mestre que nos deixou há já 250 anos. Como a maioria das pessoas sabe, tudo nele desabrochou na tenra idade. Infelizmente até a morte no-lo roubou aos 34 anos, quando não devia. Muito ficou por fazer. É difícil acreditar que, aos três anos de idade, só 36 meses de vida, tenha ele começado a ser considerado executante e aos 5 já compositor! Era um pequeno mestre austríaco que enfrentava grandes plateias e empreendia "tournées" que sempre acabavam em grandes triunfos. Era exigente consigo e com quem com ele trabalhava. Como estudante era exemplar, atento e trabalhador. Helen Kaufman diz que, e estou plenamente de acordo, os jovens deviam ler a biografia deste grande músico, assim como a de outros grandes homens que ficaram famosos, mesmo noutros campos da ciência, não só porque daí tirariam exemplos úteis para as suas vidas, mas também porque os bons exemplos escasseiam demais nestes dias tão conturbados da nossa existência onde parece que só o mal impera. E as nossas crianças! Infelizmente, estão expostas a ele, o mal, por força das circunstâncias. Vejam-se, como exemplo, os desenhos animados que invadem as nossas casas a toda a hora, apresentando imagens desprovidas de qualquer beleza, figuras terríveis que amedrontam até os adultos! Ah! Grande Walt Disney por onde andas tu?
Voltando porém ao tema principal desta nossa conversa, Mozart, há ainda algo para aprender. Por acaso sabiam que antigamente não se falava em piano mas sim em cravo? E sabiam também que era o próprio pai do nosso jovem músico que lhe dava lições, assim como à irmã, uns aninhos mais velha do que ele? É encantadora a biografia de Wolfgang! Havia um grande respeito entre o pai e os filhos. Bons velhos tempos!!!
Certo dia, terminada a aula da irmã, o pequeno futuro Mozart gostou tanto do que a irmã tocou que disse: Agora eu, agora eu! Cresce e aparece, lhe deve ter dito provavelmente o pai, ao mesmo tempo que não escondeu a sua admiração com a atitude do filho que nem sequer chegava ainda às notas do cravo!...


Adelaide
*

22.1.12










ANO NOVO

Mais um ano mudou.
Muito coração assim o desejou.
Porque a Esperança
Dentro de cada um entrou!
Esperança numa mudança
Com alegria, e entre os homens, amor!
Fraternidade, lealdade, justiça,
Sem pobreza, sem riqueza desmesurada.
Verdadeira democracia, sem maldade,
Respeitada!

Os sinos tocaram,
Fogo de artifício clareou a noite escura
Que se tornou num novo dia.
E o céu azul sorriu!
E também os corações
Voaram pelos ares sem fim,
Como coloridos balões!

Olhei à minha volta,
O povo todo saltava de alegria.
Cada um com um ano bom sonhava...
E eu também!

Adelaide

8.1.12


OS PASSARINHOS E O AMOR















Era uma árvore
cheia de ninhos.
Chilreavam felizes
os passarinhos...

Cada ninho uma família.
A mãe cuidava da casa,
o pai apressado voava
à procura d'alimento.

Filhos de boca aberta,
nervosos, ansiosos
pela chegada do pai...
"Ai vem, chega pra lá".
Foi grande a correria,
Foi grande a alegria...

A vida assim correndo,
os passarinhos crescendo
já queriam encontrar
ansiosos o seu par,
para seu ninho fazer
Com os pauzinhos caídos
secos e partidos
espalhados pelo chão...

Foi então que dois passarinhos
pousados no mesmo galho
trocaram olhinhos
encostaram asas, quentinhos,
beijando seus biquinhos...
Cena de encantar.

Tudo corria tão bem! Mas...
certo dia, houve choro
e não alegria, porque
noutro galho,
o noivo ousado,
estava encostado
noutro passarinho,
trocando um outro beijinho!

Infidelidade...
mesmo entre passarinhos!
Assim morre o amor primeiro,
e o ninho quase pronto,
cai desfeito no carreiro.

Adelaide
*

AS MINHAS GAIVOTAS






















São três gaivotas lindas, brancas como a neve e manchadas de cinza claro, que me dão os bons dias todas as manhãs. Encontro-as empoleiradas no candeeiro em frente de minha varanda. Estamos, eu e elas, exactamente à mesma altura a partir do solo. Eu chego e digo "Olá belezas" e elas respondem à sua maneira: viram o bico para o céu, (em direcção ao Criador), esgoelam-se, e dão um grito como que a dizer-me também "Olá, bom dia". Depois, vaidosas, ensaiam os seus belos voos, asas bem abertas, cortam o céu a seu belo prazer. Encanto de se ver. Como dizia H.Thomas, que muito admiro pelos seus escritos, a natureza está cheia de milagres, nós os humanos é que não reparamos. Considero as minhas gaivotas mais um desses milagres. O grito que dão com o bico virado ao céu para me darem os bons dias, é muito diferente do tom de grito para me pedirem as migalhas a que as habituei. Já não viram o bico para o Criador mas para mim. Dão umas voltas, fazem-se rogadas mas, por fim, voam até às migalhas, ao mesmo tempo que se debicam umas às outras, para protegerem o que acham que é delas por direito.
Assim nasceu uma pura amizade entre eu própria e as gaivotas que embelezam a natureza com os seus belos voos.

Adelaide
**



UM AMOR PERDIDO









Conheci-te, amei-te e perdi-te!
Chorei lágrimas dolorosas,
Lágrimas sem fim!
Lágrimas que não mais secaram!
Dentro de mim!
Inundaram minha alma,
Todo o meu ser!
Como é injusta a vida,
Tantas vezes sem razão!
E as lágrimas inundaram
Completamente meu coração!
Seguimos diferentes caminhos.
Vidas diferentes vivemos.
Ora felizes ora infelizes, como saberemos?
Nunca mais nos encontramos,
Neste mundo tão demente!
Mas...o meu maior desejo é...
Que não seja para sempre!


Adelaide
*

4.1.12

OS POMBOS

O sol da tarde despertou em mim o desejo de o sentir directamente em meu rosto. Não podia resistir a esse desejo. Como podia, se o sol nos tem visitado tão pouco! Munida de máquina digital para fotografar o que me aparecesse de belo, aí vou eu sem destino, calmamente, não deixando de observar tudo que é verde ou colorido. O ar soalheiro entrou dentro de mim, percorreu-me, aqueceu-me, como que adivinhando o quanto o meu corpo interior e solitário precisava desse calor ameno e reconfortante do astro rei.

Respirei fundo, saboreei o prazer sentido nesse momento mágico e senti-me também, como se rainha fosse, já que o rei dos astros tinha carinhosamente entrado dentro de mim. Senti-o e agradeci o bem me havia feito. Agradecer o que a natureza nos dá é uma obrigação que temos para com o Criador. Fui andando, andando, fotografando arbustos verdes, belos, e outros verdes e a florir. Que bom esquecer tudo o que nos rodeia e admirar aquilo que ninguém vê, porque o corre corre do dia quase a terminar não deixa que as pessoas admirem os pormenores belos e ao mesmo tempo selvagens que estão por ali espalhados desordenadamente.

De repente, um pombo que vagueava na relva verde aparece a olhar para mim, com um ar admirado por encontrar alguém que falou com ele. Chamei-o, ele olhou-me e deu uns passitos na minha direcção. A partir daqui ficaremos amigos pois irei procurá-lo sempre que o desejo de apanhar o sol da tarde me encaminhar para novo passeio.



Adelaide


PINTURA "ROUBADA"



Uma bela pintura,
Um jogo de cores.
Tais misturas
Despertam amores.

Uma vontade surgiu.
Uma ideia me assaltou.
Roubo, não roubo?
Meu coração decidiu.

Roubei, trouxe comigo.
Meu blog agradeceu.
Não te zangues meu amigo.
Eu te digo, fui eu. 


Adelaide

2.1.12


O MEU RIACHO

















O meu riacho, amigo de todas as horas,
É meu porque nele meus dedos molho feliz
Em todas as manhãs e tardes de sol dourado!
Aquela água fresca e pura do meu riacho,
Como o cristal puro que canta e brilha,
Vai saltando feliz e contente,
De rocha em rocha, como passadas de gente!
Pequenas cataratas, prateadas, saltitantes,
Atiram aos ares gotas lindas como pérolas!
E como a luz do sol por entre elas se esgueira,
É o arco-iris que com suas cores espreita.
Sento-me na minha rocha à beira da margem,
Que também é minha porque a afago com amor
e o calor da minha mão já lhe pertence.
Olho o azul do céu que é de todos nós e meu,
Que me sorri num longo sorriso porque também ele
Gosta do meu riacho que continua crescendo e correndo
Porque outros, com abraços, se lhe vão juntando.
E porque já são vários na corrida,
Deslizam contentes aos saltos,
Fazendo olhinhos às flores das margens,
Como namorados que trocam mensagens!
Finalmente o mar recebe com alegria
Os filhos que cresceram e já são rios
E que à casa paterna com ânsia e louca euforia
quiseram voltar.
O mar e os rios estão felizes abraçados a lutar
Porque uma onda gigantesca se eleva no ar!

Adelaide