Mostrar mensagens com a etiqueta SEMPRE A NATUREZA. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta SEMPRE A NATUREZA. Mostrar todas as mensagens

23.4.10

A CANCELA





















Adelaide 2009


Olhei aquele mágico recanto e senti um desejo enorme de abrir a cancela. Não hesitei, pousei a mão na madeira seca, empurrei-a levemente, ao mesmo tempo que o chiar dos gonzos me deliciaram os ouvidos. Os pássaros que dormiam acordaram assustados e levantaram vôo de umas árvores para as outras. Iniciei a minha marcha cautelosamente para não danificar tão belas plantas. Nunca se danifique o que é belo porque o que é belo tem o dedo divino. As minhas narinas abriram-se para que o suave odor que enchia o ar pudesse entrar a rodos. Passei as mãos levemente pelas flores, para não as machucar, e seu cheiro nelas ficou. Por trás de um ramo mais alto, de repente se me deparou um belo anjo que dormia sorrindo, talvez por que estivesse sonhando um belo sonho.

Dirijo-vos este texto para que possais também experimentar o sentimento que o meu corpo sentiu depois de ter atravessado aquela velha cancela que apesar de fechada deixa entrar quem quiser e precisar de se alimentar das belezas que nos rodeiam e que gostam de ser olhadas e apreciadas, assim como eu fiz!

***

9.4.10

UM DIA DE SOL E UM POUCO DE PROSA



Depois de mais um saudável passeio pelo meio das árvores, onde o oxigénio é mais forte e mais "verde", cheguei à orla onde se me deparou uma extensão de areia lisa e tentadora. Lá no fundo o mar esverdeado vinha beijar a sua areia e nela deixava bolhinhas brancas que se espalhavam aleatoriamente formando como que uma fronteira às curvas entre a sua areia e ele mesmo.

Levei um certo tempo a decidir se teria ou não coragem para destruir, com as minhas passadas, a beleza daquele areal reconfortante e morno que me conduziria até junto daquele mar belo, fresco e perfumado. Vencida a pena que sentia, decidi iniciar a minha caminhada, deixando atrás de mim uma fila de pégadas que formavam um caminho ora liso ora às curvas, sempre que olhava para trás para ver o meu estrago.

Cheguei, pousei a palma da minha mão na frescura verde e húmida daquela água bem fria
e de seguida molhei a face com ela. Todo o meu corpo sentiu aquele frescor e o mar molhou-me os pés como que para me cumprimentar e agradecer a minha visita ao seu espaço. Eu era quase a única pessoa naquela praia e, por isso, aquele mar ficou feliz. Ele gosta de ter visitas que o acariciem e lhe transmitam um pouco de calor humano.

Resolvi sentar-me junto dele, para saborear a frescura das ondas que vinham brincar com os meus pés. Fechei os olhos, com a cara virada para o céu, como que para meditar, apreciando aquele momento de felicidade e graça, quando, de repente, uma onda grande e brincalhona me cobriu e me molhou por completo, me assustou, mas... agradeci-lhe e ali permaneci. Logo de sequida ouvi um som que parecia uma gargalhada daquela onda engraçada que decidiu brincar comigo. Momento inesquecível!

***