23.4.10

A CANCELA





















Adelaide 2009


Olhei aquele mágico recanto e senti um desejo enorme de abrir a cancela. Não hesitei, pousei a mão na madeira seca, empurrei-a levemente, ao mesmo tempo que o chiar dos gonzos me deliciaram os ouvidos. Os pássaros que dormiam acordaram assustados e levantaram vôo de umas árvores para as outras. Iniciei a minha marcha cautelosamente para não danificar tão belas plantas. Nunca se danifique o que é belo porque o que é belo tem o dedo divino. As minhas narinas abriram-se para que o suave odor que enchia o ar pudesse entrar a rodos. Passei as mãos levemente pelas flores, para não as machucar, e seu cheiro nelas ficou. Por trás de um ramo mais alto, de repente se me deparou um belo anjo que dormia sorrindo, talvez por que estivesse sonhando um belo sonho.

Dirijo-vos este texto para que possais também experimentar o sentimento que o meu corpo sentiu depois de ter atravessado aquela velha cancela que apesar de fechada deixa entrar quem quiser e precisar de se alimentar das belezas que nos rodeiam e que gostam de ser olhadas e apreciadas, assim como eu fiz!

***

22.4.10

O NASCIMENTO DE UMA GIRAFA





















Verdadeiramente comevedor! Não resisto à tentação de contar o que os meus olhos viram e jamais vão esquecer. Uma girafa, gordinha, procurava vagarosamente o local adequado para expelir o seu rebento. Este, também, vagarosamente, e sem
pressas, começa por espreitar a luminosidade do mundo que é para si, ainda, uma verdadeira incógnita. Parece que não desgosta do que vê, já que não recua, apesar dos seus olhos não estarem ainda preparados para uma visão perfeita. E como também não pode continuar no quentinho, visto que mãe lhe ordena "sai de mim que já é tempo", o nascituro é, portanto, obrigado a obedecer, o que é muito bonito e demonstra boa educação. E, ai vem ele a toda a velocidade tomar contacto com o chão duro que o espera. Fica meio atordoado, levanta, cai, torna a levantar, torna a cair, mas, depressa controla os movimentos e, finalmente, consegue manter-se em pé, embora ainda meio titubeante. E não é que vai direitinho à chucha da mãe? Vem com fome o espertalhão que até já sabe onde ela se encontra para seu deleite. Depois, o que vem a seguir é também mais uma maravilha da natureza. O zelo, o amor que a mãe zebra dá ao seu filhote, o cuidado que demonstra para que nada lhe aconteça, não deixando que algum animal abusado tivesse o desplante de se aproximar, na mira, talvez, de encontrar ali algo tenrinho para saborear!


***

20.4.10

ROSAS BRANCAS




Quando eu morrer, rosas brancas
Para mim ninguém as corte!
Quem as não teve na vida,
De que lhe servem na morte?

Se eu morrer deixa o caminho
Que à minha campa conduz!
Não quero ver o remorso
A chorar juntinho à cruz!

Quando eu morrer, nem sequer,
Na campa, uma cruz erguida!
Para calvário já basta
A cruz que levo na vida!

***

FADISTA ANTÓNIO ZAMBUJO



***

PRA ONDE QUER QUE ME VOLTE

por muito que me revolte
seres somente uma miragem
pra onde quer que me volte
vejo sempre a tua imagem

imagem que me enlouquece
como um louco no deserto
que do nada me aparece
e tão distante és tão perto

vejo-te envolta em poeira
ou transparente cristal
e a loucura é mais inteira
o sonho quase real

por muito que me revolte
seres somente uma miragem
pra onde quer que me volte
vejo sempre a tua imagem


***

18.4.10

TRISTE SOLIDÃO














Estou sozinha
No meio da multidão.
Grito, ninguém me ouve,
Ninguém me dá a mão!

Se todos somos irmãos,
Porque não damos as mãos?
Eu grito, ninguém me ouve.
Eu, eu não tenho irmão!

A água do rio me atrai,
A altura da ponte também.
Se eu gritar um forte ai,
Será que isso me faz bem?

Não, não, já gritei!
Ninguém, ninguém me ouviu!
De que vale o meu forte ai,
Se ele me foge no ar e se esvai!

Desisto, quero morrer,
Meu viver não é viver!
São tantos as angústias
Como as vou esquecer?

Irmãos, que não me deram as mãos,
Vou à ponte olhar o rio.
Vou entregar-me a ele tremendo,
Tremendo como quem tem frio!

***

A AMANTE DAS ROSAS


A CRIANÇA E A NATUREZA



























Que mãos belas, doces, singelas!
Com que amor tratam a planta!
O sol, feliz, por tal imagem,
ilumina os belos cabelos sedosos,
de uma cabeça tão pura e jovem!

Há um coração muito doce
Dentro de tanta pureza,
E as folhas, comovidas de tanto carinho,
Beijam os brilhantes e belos cabelos
da tanta beleza deste menino!

A planta cresce depressa
Para encantar quem a plantou.
E a bela criança chora,
Um choro de alegria,
Ao ver já grande a plantinha,
que plantou e tanto queria!

***

ROSA BRANCA












Belas rosas brancas nascem no paraíso da terra.

Brilham de beleza e vaidade e encantam quem as olha.

Belezas assim ficam gravadas na mente de cada um.

Como queria eu ser uma rosa branca, brilhante e bela.

Para encantar quem eu quisesse.

Quem gostasse de admirar uma rosa assim.

Perfumada e bela, nascida ao acaso.

No grande paraíso que é a terra.

Adelaide

***

12.4.10

A CEBOLA E A CARPIDEIRA












Mais uma vez, o meu livrinho de Histórias da Serra. É uma tentação! Tenho que agradecer ao Mr. Mota, tão conhecedor da vida campesina, por ter escrito um livrinho que tanto me encanta pela sua simplicidade, e tanto me faz rir.
Mais uma vez, e com sua licença, vou contar uma história da serra mas, contada à minha maneira para ficar mais pequenina:

Ei-la...

""
A CARPIDEIRA E A CEBOLA

As cozinheiras detestam cebolas e têm muita razão. Já as dificuldades da vida as fazem chorar que baste e têm também de aguentar as cebolas.

Foi numa pequena vila lá para o norte , há muito anos passados, que uma velhinha a quem chamavam a Ti Carminda que, quer chovesse quer fizesse sol não faltava a uma sessão de carpideira. Punha o seu xaile preto, sujo e coberto de côdeas, sentava-se no banquinho que lhe estava sempre reservado à volta da lareira e comia pedaços de broa, bebia aguardente, rezava terços e chorava, chorava sem parar. Conseguia chorar mais alto do que a própria família enlutada. Dizia-se que até as pedras se comoviam com tanto lágrimas e tanta gritaria. A Ti Carminda era, portanto, uma excelente carpideira.

Mas, uma vez, teve de ir à mortalha do regedor e não conseguiu chorar! Ora esta, olhem o que havia de lhe acontecer! Pôs-se então aos gritos: "Ai Senhor dos Aflitos, valei-me. Ai que tanta falta me faz um cebolinha! Ai, ai, ai...


***

TIRADO DA NET E VALE A PENA LER---



VOCÊ JÁ REPAROU O QUE FAZ UM GATO?


Ele espreguiça, alonga e boceja. Na realidade ele está SEMPRE fazendo ginástica em intervalos regulares.
Assim, a cada hora, levante-se e tente se espreguiçar, esticando os braços, os dedos, as unhas, como o gato faz. Não esqueça de bocejar e fazer aquela esticada.
Faça a cada hora.
Você já reparou quantos litros de água bebe diariamente? E que o bebedor de
água fica longe de seu posto de trabalho e você só se lembra de tomar água
no fim do dia?
Você já reparou que ao olhar para o bebedouro, para uma garrafa d água,
você sente sede e vontade de tomar água?
(Esta é a razão dos anúncios de refrigerantes e águas, sempre, mostrarem o
produto líquido).
Coloque uma garrafa de água de plástico em sua mesa de trabalho com o seu
nome e a palavra gato no seu rótulo.
Enche-a de água toda a vez que ela estiver vazia.
Você vai perceber que ao olhar para a garrafa, sentirá sede e, beberá água,
com freqüência, proporcionando ao seu corpo uma hidratação salutar,
principalmente se o seu ambiente de trabalho for muito frio, com ar
condicionado. Ao beber desta água, lembre-se de aproveitar para fazer a
ginástica do gato.
A Ginástica do Gato não levará mais do que poucos segundos e não
atrapalhará o seu trabalho. Ao contrário, você se sentirá muito melhor ao
longo do dia, ao fim do dia e ao chegar em casa.
Você estará aumentando sua produtividade, ganhando mais para sua empresa ou
para o seu trabalho, e ainda, aumentando sua qualidade de vida. Você
sentirá os efeitos já na primeira semana. Sendo assim vamos ao miau!!!
Divulgue o miau em seu ambiente de trabalho, ao seu chefe, e não esqueça do
miau em casa, nos fins de semana…
O ideal é ter um fisioterapeuta ocupacional para ministrar exercícios
próprios, para cada tarefa, mas na sua falta, pelo menos use o miau!

***

11.4.10

VENTOS DA SERRA

























(Inspiração nos CHOUPOS DE MONET)


***

Um pequenino livro, num monte para vender ao desbarato, chamou a minha atenção. Como sou apaixonada pelas coisas simples, peguei nele, folheei-o e vi que não podia repô-lo no lugar. Trouxe-o comigo e vi que eram muitas as histórias contadas por Antonia Mota, professor do ensino básico, amante da serra a ponto de fazer o referido livro de histórias. Segundo ele, há muitas formas de sentir a serra. Há quem diga que na serra é tudo muito bonito, com passarinhos a chilrear, água despoluída, muito presunto, muito descanso, muita neve, muita maravilha. Outros acham que o relvado do Estado Nacional é que é bom e o resto é conversa de rústicos.
E há, naturalmente, os que vivem na serra todos os dias e que têm muito que contar. E que esses é que fizeram as histórias deste livro.

Hoje fico por aqui para não cansar os meus queridos amigos mas, em breve contarei uma dessas histórias que devem ter muito de belo e simples. Se a SIMPLICIDADE corresse mundo e retirasse de circulação a euforia do poder, a corrida ao dinheiro de forma desleal, a mania das grandezas... E fico por aqui.

***

HISTÓRIA EXEMPLAR

Entrei.

_ Tire o chapéu _ disse o Senhor Director.

Tirei o chapéu.

_ Sente-se_ determinou o Senhor Director.

Sentei-me.

_ O que deseja?_ perguntou o Senhor Director.

Levantei-me, pus o chapéu e dei duas latadas no Senhor Director.

Saí.

***

A MINHA VONTADE DE BEIJAR O MUNDO

Hoje acordei com vontade de beijar o mundo e encher a casa de flores. Beijar o Mundo não é assim tão fácil mas encher a casa de flores porque não? Isto é felicidade?




(Imagem tirada da Net)



GERÂNIOS

Segundo o FENG SHUI estas flores vermelhas são altamente benéficas, e atraem a prosperidade. Para quem tiver um jardim, devem ser plantadas no lado sudeste, ou, também, de cada lado da porta da frente e/ou das traseiras.

Os gerânios brancos dão paz de espírito e bons sonhos... maravilha, adoro sonhar bons sonhos.

Cá por mim, vou plantar vermelhos e brancos no meu lar. Preciso, desejo, quero, exijo tudo de bom que a natureza me possa dar. Obrigada natureza, ajuda todos, muito especialmente os que mais precisam.

Que todos acordem felizes depois de um bom sono.

Beijos para todos os meus amigos.

***

9.4.10

UMA HISTÓRIA VERDADEIRA



Era uma vez...

"Vou contar-vos a história de um amor tardio que aconteceu entre o C. e a C. Como ninguém os conhece porque Cs há muitos, como chapéus, não sinto qualquer problema."

Continuemos...Foi assim...



Perderam-se no mundo de Deus !!!

E o C. procurou, procurou, procurou.
Anos e anos passou,
E não encontrou quem tanto amou.
Não vou parar, pensou.
E não parou.Continuou.
A C. chorava, chorava, chorava.
Que falta lhe fazia aquele a quem amava!
E a vida passava, passava.
Ambos percorreram belos caminhos.
Pela natureza caminharam,
Seu perfume cheiraram,
Outros países percorreram.
E...um dia...milagre...não é verdade !!!
Dois pares de olhos se olharam.
Dois sorrisos se abriram.
Duas bocas se juntaram,
E num beijo eterno se abraçaram.
Milagre.
Ainda hoje relembram
A incessante procura.
A dor sentida pelo desalento,
As lágrimas choradas,
As noites mal passadas
Porque o sono não vinha
Para fechar olhos tristes
de tanto chorar
Por nada encontrar.
Amar, que bom amar.

***

O TIO PEPE

O tio Pepe era um homem, amante da sua aldeia, e das suas noites. "As noites são as minhas noites", dizia ele. "Ninguém m'impede de calcorrear as minhas noites".

Com tez escura, cabelos pretos lisos e mal cortados, usava um chapéu preto enterrado na cabeça até às orelhas. Já conhecia os seus caminhos da noite. Acariciava as árvores, esperava os animais noctívagos como ele e que já não se assustavam com aquele vulto escuro. Amava a sua pedra, que era o seu assento para virar os olhos ao céu e admirar as luzes das estrelas que o esperavam ansiosamente. Já estavam habituadas à sua companhia. A luz da lua, a sua querida lua, como ele dizia, era a sua companhia para o guiar nas suas deambulações. Sem ela seria mais dificil encontrar os seus caminhos. "O firmamento me cobre, sinto-me como o rei das minhas noites". De vez em quando fechava os olhos e pensava nos acontecimentos do dia que terminava, do dia que já pertencia ao passado e não voltava mais. Não esquecia o botequim da sua aldeia onde às vezes se dirigia para encontrar os seus amigos que raramente o viam e lhe perguntavam? "Então Pepe? Qué feito de ti homem de Deus ca gente mal te põe a vista em cima?". "Saio pouco, tenho os meus bichos p´ra tratar, os meus afazeres, as vacas pr´ordenhar, a cama pr'alisar os lençóis onde me deito p´ra descansar dos meus passeios pelas minhas noites".

Pequenos contos dos meu imaginário.

***



AMOR DE PASSARINHOS








Era uma árvore
Cheia de ninhos.
Chilreavam felizes
Os passarinhos...

Cada ninho uma família.
A mãe cuidava da casa,
O pai apressado voava
À procura d'alimento.

Filhos de boca aberta,
Nervosos, ansiosos
Pela chegada do pai...
"Ai vem, chega pra lá".
Foi grande a correria,
Foi grande a alegria...

A Vida assim correndo,
Os passarinhos crescendo,
Já queriam encontrar
Ansiosos o seu par,
Para seu ninho fazer
Com os pauzinhos caídos
Secos e partidos
Espalhados pelo chão...

E então dois passarinhos,
Pousados no mesmo galho,
Trocaram olhinhos,
Encostaram asas, quentinhos,
Beijando seus biquinhos...
Cena de encantar.

Tudo corria tão bem! Mas...certo dia,
Houve choro não alegria,
Porque num outro galho,
O noivo abusado,
Estava encostado noutro passarinho
Trocando um novo beijinho.

Infidelidade...
Mesmo entre passarinhos.
Assim morre o amor primeiro
E o ninho quase pronto
Cai desfeito no carreiro.

***

O NOIVADO








"""
Estendeu os braços carinhosamente e avançou, de mãos dadas e cheias de ternura.

- És tu, Ernesto, meu amor?

Não era, era o Bernardo.

Porém, isso não os impediu de terem muitos meninos e serem muito felizes.

É o que faz a miopia.


Texto de Mário-Henrique cujo estilo de escrita muito aprecio.

***

GARRAFA DE GIN

****


Uma garrafa de gin
estava a preocupar o pescador
a garoupa e o redovalho
não tinham aparecido pró jantar
que fazer?
telefonou ao Ministro
da Pesca e do Trabalho
mas o Ministro
estava a trabalhar
na cama
com a mulher
foi então
que a garrafa de gin
sugeriu discretamente
porque não
telefonar ao Presidente?
telefonaram
o Presidente da nação
estava em acção
na cama
com a mulher
nessa altura
até que enfim
encontraram a solução
o pescador
foi para a cama
com a garrafa de gin


-Tirado de um livro de contos-

***

ENGANO

O ruído dos motores tornara-se ensurdecedor. Depois, de súbito, tudo ficou em silêncio.

Foi à janela e olhou.

Lá em baixo os carros tinham parado, exactamente em frente à mansão. Abriram-se portas e as fardas começaram a sair, algumas de bota alta, olhando para cima.

Recuou um pouco para não ser visto lá de fora. Encostou o cano da Stein ao canto da janela e, aguentando com firmeza na anca, atirou a primeira rajada num movimento sabiamente circular. E continuou.

Enganara-se. Pela primeira vez.

Vinham apenas dizer-lhe que fora eleito Presidente.




****

Nota: Texto retirado do Livro de Contos do Gin Tónico

****

DEITAR CEDO E CEDO ERQUER



Acordei cedo, por volta das 4 da manhã, porque também me aconcheguei muito cedo nas asas de Morfeu. Quando assim me acontece, o sono vem a correr para me cerrar os olhos porque sabe que este é o melhor sono, o mais tranquilo, o que nos faz recuperar as energias perdidas no dia anterior. Dormi...deixei tudo para trás porque o que lá vai, lá vai, sonhei, como se estivesse vivendo uma outra vida, a vida das noites que, a maior parte das vezes, ao acordar já mal lembro. Passada esta fase de descanso, devagarinho vou saindo do meu meu estado de inconsciência e, logo aquele sabor maravilhoso do café da manhã começa a povoar a minha mente. Porém, só depois de elevar ao alto as primeiras palavras de mais um dia que me foi concedido para viver, só então, volto à posição vertical, e tudo começa. Enquanto preparo o meu tão desejado café com torradas, ligo o rádio, sintonizado sempre na Antena 1, e, está nesse momento, preciso, a ser transmitido um programa que me obrigou a pegar num papel e numa esferográfica para não esquecer o diálogo que tanto me iria interessar.

Álvaro Garrido, dicção calma, tranquila, fácil de ouvir, sem pressas, professor. Começa por comparar o Mundo de hoje a uma Torre de Babel. Gostei e concordei. Entre muitas outras coisas de que falou, outra não deixei de anotar: Portugal, hoje em dia, preocupa-se demasiado com a sua hiperidentidade. Gostei e apludi.

De seguida disse ser um amante do cinema, mas não do cinema de hoje por causa das pipocas... ri e concordei, porque...além de deixarem o cinema em estado de sítio, custam os olhos da cara das vovós porque, a seguir às pipocas não dispensam, os jovens de hoje a tão bebida coca cola da qual eu também já me sinto um pouco viciada.

Álvaro Garrido, professor em Coimbra, dá muito mais valor ao cinema antigo, cinema português, sem o barulho das pipocas e o sorver da coca cola, cinema onde se convivia no intervalo, se trocavam ideias e até se faziam amigos. "VERDES ANOS" foi o filme, feito por Paulo Rocha e apresentado em estreia em Novembro de 1963. Filme este, maravilhosamente acompanhado pela guitarra do nosso Carlos Paredes.

Falou também sobre o Neorealismo dando exemplos bem tristes de vidas tristes, de crianças com fome...e por aí adiante...

Não dei por perdido o tempo que "ganhei" ao tomar conhecimento de factos de valor, por isso gosto da Antena 1. É esta a minha companhia das manhãs também porque não dispenso o diálogo de Ana Mesquita e Júlio Machado Vaz cujos temas não são de perder.

Aos meus amigos, o meu abraço


MARA

***

iNSPIRAÇÃO PERDIDA

Pequenos Poemas meus,
andais esquecidos, perdidos...
que falta me fazeis.
Por onde andas tu
inspiração minha que me abandonaste?

Alguém a encontrou,
por aí,
vagueando,
perdida,
esquecida
que me pertence,
que me faz falta!
Como vivo, sem ela?

Sinto-me vazia,
fria,
sem o seu calor.
Vem ter comigo de novo,
dar-te-ei o meu carinho
as minhas carícias,
o meu amor.

Espero-te com ansiedade,
quero-te para me expressar,
me esvaziar, me consolar...
escrever o que tenho para dizer
e depois me comover,
ao ler,
o que meus ouvidos
gostam de ouvir.

***

UM DIA DE SOL E UM POUCO DE PROSA



Depois de mais um saudável passeio pelo meio das árvores, onde o oxigénio é mais forte e mais "verde", cheguei à orla onde se me deparou uma extensão de areia lisa e tentadora. Lá no fundo o mar esverdeado vinha beijar a sua areia e nela deixava bolhinhas brancas que se espalhavam aleatoriamente formando como que uma fronteira às curvas entre a sua areia e ele mesmo.

Levei um certo tempo a decidir se teria ou não coragem para destruir, com as minhas passadas, a beleza daquele areal reconfortante e morno que me conduziria até junto daquele mar belo, fresco e perfumado. Vencida a pena que sentia, decidi iniciar a minha caminhada, deixando atrás de mim uma fila de pégadas que formavam um caminho ora liso ora às curvas, sempre que olhava para trás para ver o meu estrago.

Cheguei, pousei a palma da minha mão na frescura verde e húmida daquela água bem fria
e de seguida molhei a face com ela. Todo o meu corpo sentiu aquele frescor e o mar molhou-me os pés como que para me cumprimentar e agradecer a minha visita ao seu espaço. Eu era quase a única pessoa naquela praia e, por isso, aquele mar ficou feliz. Ele gosta de ter visitas que o acariciem e lhe transmitam um pouco de calor humano.

Resolvi sentar-me junto dele, para saborear a frescura das ondas que vinham brincar com os meus pés. Fechei os olhos, com a cara virada para o céu, como que para meditar, apreciando aquele momento de felicidade e graça, quando, de repente, uma onda grande e brincalhona me cobriu e me molhou por completo, me assustou, mas... agradeci-lhe e ali permaneci. Logo de sequida ouvi um som que parecia uma gargalhada daquela onda engraçada que decidiu brincar comigo. Momento inesquecível!

***

SOLIDÃO







No seu quartinho minúsculo,
pouco limpo, pouco cuidado,
sózinho, triste, abandonado,
vive o pobre do tio Leonardo.

Para fugir à tristeza,
sai de casa devagar.
vai andando, andando,
até seu banco encontrar.

À sua frente tem o rio.
Imagem de todos dias. Adora ver.
Solução encontrada para esquecer
que tem fome e não que comer...

Por fim volta para casa.
Ninguém para o receber!
Está cansado vai p'ra cama
e tenta adormecer.

Neste estado de coisas,
suas forças vão faltando.
seu corpo vai curvando
tem vontade de morrer...

Quantos tios Leonardos
por esse mundo sem fim!
viver assim não é viver.

Para quê nascer?
E não viver?
Para quê sofrer?

***

SE QUERES GRITAR GRITA

Grita, grita à vontade.
Tens razão, já é demais.
Nem parece verdade,
Milhões e milhões aos ais!

Sofrer sem culpa e com dor!
Inocentes... mas que pena!
Viver sem paz nem amor,
Injustiça, crueldade, horror!

Gananciosos, malditos,
Invasores. canalhas.
Importância para ricos!
Direitos humanos sem valor!

Eles e suas leis a seu jeito.
Por isso querem poder.
E muito povo já sem leito
Obedece sem querer.

Abaixo os imbecis.
Abaixo guerras e agressões.
Abaixo os convencidos
Que são donos das nações!

Ambiciosos, querem poder,
Pois percam as ilusões.
O Mundo há-de vencer
E tirar-vos as razões.


Milai

8.4.10

QUE SURPRESA AGRADÁVEL

Café reduz risco de Alzheimer


Estudo publicado na Journal of Alzheimer’s Disease* sugere que o consumo regular de café tem um impacto positivo sobre o sistema nervoso central, reduzindo o risco de aparecimento das doenças neurodegenerativas, como a doença de Alzhemier.

O consumo de café não ajuda apenas a manter-nos acordados! Tudo indica que o consumo regular e contínuo de café interfere positivamente no sistema nervoso central e estimula o cérebro, ao ponto de prevenir ou retardar o aparecimento da doença de Alzheimer.

O estudo Cardiovascular Risk Factors, Aging and Dementia (CAIDE), da responsabilidade da Universidade de Kuopio (Finlândia) em colaboração com o Instituto Karolinska (Suécia) e o Instituto Nacional de Saúde Pública Finlandês, decorreu durante 21 anos e acompanhou um grupo de cerca de 1400 homens e mulheres. As observações finais revelaram que apenas 61 dos participantes desenvolveram algum tipo de doença neurodegenerativa, dos quais 48 Alzheimer.

Controlados os factores sócio-económicos e de saúde dos participantes que pudessem interferir no resultado (colesterol, tensão arterial), os investigadores constataram que os que bebiam entre três a cinco cafés por dia estavam 65% mais protegidos de desenvolver algum tipo de doença neurodegenerativa, quando comparados com os que bebiam dois ou menos cafés por dia.

O neurologista Miia Kivipelto, do Instituto Karolinska, coordenador do estudo, reforça que apesar de se tratar de um “estudo observacional”, é possível explicar por que motivo o consumo de café pode reduzir a ocorrência de doenças degenerativas na terceira idade. As razões são simples e prendem-se com a redução dos factores de risco associados a este tipo de doenças. Primeiro: inúmeros estudos associam o consumo de café a uma menor incidência de diabetes tipo 2; Segundo: estudos desenvolvidos em animais mostram que a cafeína reduz a formação de placas de ateroma no cérebro; Terceiro: o café é rico em antioxidantes, que actuam sobre o sistema circulatório, reduzindo o risco de AVC.

Assim, à luz dos conhecimentos actuais, podemos identificar algumas boas razões para beber café:

  • O café melhora o estado de alerta e concentração
  • O café é rico em compostos antioxidantes, benéficos para a saúde, que oferecem protecção contra várias doenças como as doenças cardiovasculares e alguns tipos de cancro;
  • O consumo de café (4 ou mais chávenas/dia) pode diminuir o risco de desenvolver diabetes tipo:
  • A ingestão crónica de café pode reduzir o risco de demência;
  • O consumo de café está associado a uma menor incidência de doença de Alzheimer e de Parkinson ;
  • O café melhora a memória quando existe deterioração cognitiva devido a alguma doença subjacente;
  • O consumo de café (4 ou mais chávenas/dia) pode diminuir o risco de desenvolver gota em 40%;
  • O café diminui a absorção de glicose (açúcar) no intestino podendo ajudar no controle do peso;
Milai

****

0 FILME DAS NOSSAS VIDAS

Depois de uma noite razoavelmente bem dormida, imediatamente começa, no espírito de cada um, o filme da sua vida.

Com o filme a rolar o pensamento não para, cansa... mas lembra-nos que adquirimos experiência através da vida, pelo menos isso.

Se se pudesse desligar o botão que o põe a rolar! É já tão conhecido e repetido... Sendo, porém, tal desejo impossível, repetem-se as imagens, vezes sem conta. Imagens que lembram aqueles que amamos, que fazem ou fizeram parte das nossas vidas, dos momentos felizes e infelizes, e... (bom, muito mais haveria para dizer - desabafar alivia -).

Mas, vós que tendes paciência para me ler, obrigada por isso, permitam-me que vos lembre, para vosso bem, para bem de todos, aquele lugar comum tão conhecido e tão verdadeiro "NUNCA FAÇAIS AOS OUTROS..........................." .

Acho que não preciso terminar a frase já que todos a conhecem. Pensai bem...amai sem descanso. Ajudai prontamente o vosso semelhante em apuros. O mundo precisa de amor que é afinal o melhor remédio para o salvar e que não se vende na farmácia.

PS: Vamos lá saber porque razão este texto saíu tão colorido !!!

***

O OCEANO E EU

















É nosso o Oceano.
Meu e de todos vós.
Só não vai lá quem não quer
Ou não pode.
Vai-se lá saber a razão de cada um!
Mas eu fui lá!
Finalmente
Ao fim de alguns anos
pelas minhas razões.
Mas foi bom
O nosso encontro, a nossa união!
Ele veio até mim
Aos poucos e poucos.
Mas veio.
Molhou meus pés sedentos
dessa frescura refrescante!
Um sorriso abriu meus lábios.
Um sentimento de plenitude
Atacou meu coração!
Momento belo para amar, sonhar...
Como é belo e amigo o mar
Com sua espuma branca
E sua cor azul ou esverdeada.
Seu perfume encheu meu corpo por inteiro.
Tenho de lá voltar
Para trazer comigo energia
Força inspiração e alegria.


Adelaide

INSPIRAÇÃO FUGIDIA


Sim, é verdade.
Que alegria!
Ela voltou,
A inspiração fugidia.
Ela sabia
A falta que me fazia!
Perguntei-lhe, "onde foste
Que me deixaste sòzinha,
triste, abandonada,
Vazia, sem fazer nada!
Como podia
Se sem ti
Minha vida fica vazia!
Sabes que te amo,
Que és a minha companhia,
Que me fazes brilhar,
Que me fazes sonhar,
Que me dás tanta alegria!
Envolve-me em teus braços,
Dá-me a tua magia.


Adelade

UM FELIZ ENCONTRO


Vi-te ao longe,
Sorri de felicidade!
Não queria acreditar.
Será verdade?
Era verdade!
Abri os braços,
Abracei-te.
Senti teu corpo no meu.
Teu abraço forte
me envolveu.
Prazer inesquecível.
Quase impossivel!
Um calor nos aqueceu.
Tanto tempo passou,
Tanto tempo se perdeu!
A vida nos afastou
E agora nos juntou!
Porquê?
Aperta-me contra ti,
Não me largues mais.
Como poderei viver,
Se de novo te perder!

O MEU AMIGO O SOL



Que falta faz o sol
Com seus raios dourados
Que falta ele faz!
Domingos acinzentados!

Como é belo o sol.
Parece ouro a brilhar.
Abrem-se os sorrisos,
Corações a palpitar.

Os pássaros cantam!
Com seu belo chilrear.
Abrem asas e voam pelo ar.

Trocam-se beijos
Com o calor do sol!
Sem sol, não há beijar!

***

3.4.10

FINALMENTE A MINHA EXPOSIÇÃO!









































Aos meus amigos/as do Porto, ou de perto, estou pronta para
enviar este convite, com muita alegria. Para quem desejar,
agradeço a morada para "adelaidequintas@yahoo.com"

Um abraço amigo
Mara / Milai