7.4.09

DEITAR CEDO E CEDO ERGUER...


Acordei cedo, por volta das 4 da manhã, porque também me aconcheguei muito cedo nas asas de Morfeu. Quando assim me acontece, o sono vem a correr para me cerrar os olhos porque sabe que este é o melhor sono, o mais tranquilo, o que nos faz recuperar as energias perdidas no dia anterior. Dormi...deixei tudo para trás porque o que lá vai, lá vai, sonhei, como se estivesse vivendo uma outra vida, a vida das noites que, a maior parte das vezes, ao acordar já mal lembro. Passada esta fase de descanso, devagarinho vou saindo do meu meu estado de inconsciência e, logo aquele sabor maravilhoso do café da manhã começa a povoar a minha mente. Porém, só depois de elevar ao alto as primeiras palavras de mais um dia que me foi concedido para viver, só então, volto à posição vertical, e tudo começa. Enquanto preparo o meu tão desejado café com torradas, ligo o rádio, sintonizado sempre na Antena 1, e, está nesse momento, preciso, a ser transmitido um programa que me obrigou a pegar num papel e numa esferográfica para não esquecer o diálogo que tanto me iria interessar.

Álvaro Garrido, dicção calma, tranquila, fácil de ouvir, sem pressas, professor. Começa por comparar o Mundo de hoje a uma Torre de Babel. Gostei e concordei. Entre muitas outras coisas de que falou, outra não deixei de anotar: Portugal, hoje em dia, preocupa-se demasiado com a sua hiperidentidade. Gostei e apludi.

De seguida disse ser um amante do cinema, mas não do cinema de hoje por causa das pipocas... ri e concordei, porque...além de deixarem o cinema em estado de sítio, custam os olhos da cara das vovós porque, a seguir às pipocas não dispensam, os jovens de hoje a tão bebida coca cola da qual eu também já me sinto um pouco viciada.

Álvaro Garrido, professor em Coimbra, dá muito mais valor ao cinema antigo, cinema português, sem o barulho das pipocas e o sorver da coca cola, cinema onde se convivia no intervalo, se trocavam ideias e até se faziam amigos. "VERDES ANOS" foi o filme, feito por Paulo Rocha e apresentado em estreia em Novembro de 1963. Filme este, maravilhosamente acompanhado pela guitarra do nosso Carlos Paredes.

Falou também sobre o Neorealismo dando exemplos bem tristes de vidas tristes, de crianças com fome...e por aí adiante...

Não dei por perdido o tempo que "ganhei" ao tomar conhecimento de factos de valor, por isso gosto da Antena 1. É esta a minha companhia das manhãs também porque não dispenso o diálogo de Ana Mesquita e Júlio Machado Vaz cujos temas não são de perder.

Aos meus amigos, o meu abraço

MARA

2 comentários:

Mariazita disse...

Querida Milai
Só um ou dois dias que não vim...e olha a matéria que tenho atrasada!
Agora não tenho tempo para me pôr em dia; por isso li apenas o último texto, de que gostei muito.
É engraçado que eu também vou ouvindo as notícias enquanto preparo o pequeno almoço (tu não é as notícias, eu sei!).
Deve ter sido muito interessante essa "crónica", se assim se pode chamar, que ouviste. Ainda é das pocas coisas que tenho paciência para ver na TV - entrevistas, debates, coisas do género.

Amiguinha, muiro obrigada pela tua visita ao Histórias, e sobretudo pelas tuas lindas palavras. Fiseram muito bem ao meu ego!
Sabes? eu tenho uma série de "histórias" guardadas há muito tempo - tenho coisas gravadas em 2004. Algumas já voltaram a circular na Net, outras não.
Então pus-me a pensar que era uma pena estarem a ganhar mofo :))), e resolvi criar um blog só para elas.
Vou publicar lá à QUARTA-FEIRA - amanhã vou contar mais uma história...
E já agora aproveito para te dizer que hoje publiquei um post novo no Lírios. Não sei se já lá foste... mas se não foste, vai. É um blog só de poesia. O post de hoje é muito bonito; pelo menos a mim deu-me muito prazer fazê-lo.

Bem...vais precisar de um certo fôlego para ler tudo isto !!!

Olha, amiga, eu volto outra hora para ler os posts que perdi, ok?

Uma boa semana

Beijinhos
Mariazita

PS - Encontras o endereço do Lírios (para o caso de não o saberes) no meu perfil - na Casa da Mariquinhas, claro!

a d´almeida nunes disse...

Deitar cedo só em circunstâncias muito excepcionais. Mas gosto de me deitar ao sabor do som da Antena 1. Há muitos anos que me habituei à Antena 1, desde os velhos tempos da Emissora Nacional, com um receptor a válvulas, da minha adolescência.
Hoje uso um rádio-mini, com temporizador e auscultadores (só uso um ouvido). É frequente adormecer a som da Antena 1. A primeira coisa que faço, de manhã, 7/9 e tal, é sintonizar esta estação. Ultimamente está-me a fazer falta ouvir a voz inconfundível do António Macedo. Não sei se foi transferido para outro programa.
Programas preferidos: ouvir as pessoas a falar, a dialogar, a trocar impressões, a dar notícias.
Ou não fosse eu Radioamador desde o ano de 1980. Indicativo CT1CIR.
Espero que possas gozar uma Boa Páscoa.
Com um abraço
António