O meu riacho, amigo de todas as horas,
É meu porque nele meus dedos molho feliz
Em todas as manhãs e tardes de sol dourado!
Aquela água fresca e pura do meu riacho,
Como o cristal puro que canta e brilha,
Vai saltando feliz e contente,
De rocha em rocha, como passadas de gente!
Pequenas cataratas, prateadas, saltitantes,
Atiram aos ares gotas lindas como pérolas!
E como a luz do sol por entre elas se esgueira,
É o arco-iris que com suas cores espreita.
Sento-me na minha rocha à beira da margem,
Que também é minha porque a afago com amor
e o calor da minha mão já lhe pertence.
Olho o azul do céu que é de todos nós e meu,
Que me sorri num longo sorriso porque também ele
Gosta do meu riacho que continua crescendo e correndo
Porque outros, com abraços, se lhe vão juntando.
E porque já são vários na corrida,
Deslizam contentes aos saltos,
Fazendo olhinhos às flores das margens,
Como namorados que trocam mensagens!
Finalmente o mar recebe com alegria
Os filhos que cresceram e já são rios
E que à casa paterna com ânsia e louca euforia
quiseram voltar.
O mar e os rios estão felizes abraçados a lutar
Porque uma onda gigantesca se eleva no ar!
Adelaide