17.1.10

A HISTÓRIA DA LULUSINHA








E, como disse no 2º capítulo, o tempo foi passando, passando e passando e nós fomos crescendo e crescendo. A nossa infância já estava muito para trás no tempo! Fechamos as tristezas no gavetão do fundo, o qual pensávamos não mais abrir. Afinal não era só a Lulusinha que se queixava, eu também tinha muitos motivos para ficar triste quando a minha infância me vinha à lembrança. Já tinhamos os nossos namorados e já pensavamos em ter a nossa casinha e os nossos filhinhos. E assim aconteceu...

Depois de muito batalhar para que a considerassem já uma mulher capaz de enfrentar uma vida familiar, o grande dia da Lulusinha chegou. Subiu as escadas do altar e já tinha a casa com que tanto sonhava e era grande a necessidade que sentia de se afastar das tristezas vividas. Nunca lhe passou pela cabeça que a sua casa ia ser, afinal, a continuação da sua casa de menina. E o certo é que foi! O Jilinho e a D. Tila iam muitas vezes, mas mesmo muitas vezes para casa da Lulusinha sem pensar que iam também interferir na união e na intimidade do casal. Quanto a mim, era falta de inteligência e muito egoismo porque só pensavam em si. Costuma dizer-se que quem casa quer casa... e independência claro. O casamento da Lulusinha foi muito prejudicado com todas essas ocorrências o que lhe trouxe muitos problemas e muito trabalho. Todos juntos eram muitos para alimentar. Assim como festas e aniversários porque, tudo acontecia na casa da Lulusinha. Porém teve filhos que são a sua alegria, assim como netos. Os meus problemas também não eram pequenos. Tive foi sempre o cuidado para que entre os meus filhos não houvesse mandões nem dominadores. Respeito, entre eles, foi o que sempre lhes ensinei. Lembrava-me muitas vezes do que a Lulusinha se queixava e eu não queria que acontecesse o mesmo com os meus filhos. E uma vez mais, o tempo foi passando e passando... Pelo menos, que esta história seja um bom exemplo para muitos pais, muitas mães, muitos irmãos e muitas irmãs. Que a intimidade dos casais seja mais respeitada e preservada para que possam viver felizes.

Depois de alguns anos sem ver a minha querida amiga, voltamos a encontrar-nos com grande alegria para ambas. Relembramos a nossa infância e muito mais teríamos que contar porque os problemas e os sofrimentos não pararam nunca. Tanto para a Lulusinha como para mim. Diz-se que não há vida sem sofrimento e é bem verdade. O pior é que cada um se deitará na cama que fizer para se deitar na sua velhice. Então, já nada tem solução.

Somos agora 2 amigas mais velhinhas mas, apesar de tudo, também temos momentos lindos para contar uma à outra.

F I M

***

4 comentários:

Maria Letr@ disse...

Esta história, Milai, não a vivi, pessoalmente, mas sei ser comum a muitas pessoas, nomeadamente entre os nossos próprios filhos. Quando são pequenos, há sempre a tendência para um querer impor-se ao outro, na sua atitude infantil de imitar o pai ou a mãe. É pena que seja assim porque pode deixar marcas profundas na criança dominada e, quem sabe, arrependimentos para toda a vida na dominadora. Este foi, certamente, o caso da Luluzinha ...

Adelaide disse...

Mizita, minha amiga,

Pelo que li, acho mesmo que deve ter sido o caso da Lulusinha. Quantas Lulusinhas não haverão por esse mundo além! Que pena!
Quantos casamentos desfeitos!
Quantas frases com esta: "Casei contigo ou com a tua familia?"
Esta é uma frase demasiado conhecida porque as famílias se esquecem que os filhos ou filhas casam e já têm vida própria e a sua independência tem de preservada. Sabes que eu nunca visito os meus filhos sem os avisar primeiro!!! É uma questão de eucação e de amor que deve existir entre filhos e pais.

Um abraço
Milai

Graça Paz disse...

Eu já viu este "filme"!!!!...

Adelaide disse...

Ai já????
Sério?


Hummmm