4.7.10

COMIDA DE PLÁSTICO NAS ESCOLAS

É uma triste realidade dos nossos dias. Porque não dizer epidemia! Mais nos centros metropolitanos, onde os jovens frequentam as escolas, as refeições servidas a quem está em pleno desenvolvimento corporal e mental, são sempre iguais. A cor verde, representativa dos vegetais, não se vê nos tabuleiros das crianças. A fruta também escasseia. Predomina o amarelo dos "douradinhos" (fritos) e o amarelo das batatas, também fritas. As bebidas coloridas, feitas sabe-se lá como, demasiado doces e que muito contribuem para os excesso de açúcar no sangue. Pobre aparelho digestivo que deve estar saturado de tantos alimentos impróprios para o são funcionamento que a maravilhosa máquina humana precisa e merece.

Há dias atrás, num canal inglês, tive a oportunidade de constatar que, alguém muito especial, tomou uma iniciativa de louvar, e que se traduzia em melhorar a triste situação que atrás refiro. Trata-se de um mestre de cozinha, ainda jovem mas de grande qualidade na confecção da alimentação saudável. Fiquei feliz e pensei: "finalmente alguém se levanta, dá um murro na mesa, e tenta salvar as crianças viciadas na comida de plástico.

Arregaçou as mangas e, mãos à obra. Primeiro uma bela sopa de legumes, com sabor divinal, a seguir um empadão que escondia tudo aquilo que as crianças não gostam, porque também nas suas casas não foram nem são habituados a comer uma comida variada. Até os próprios pais, por causa do stress e das corridas diárias para o trabalho e do trabalho para casa, não têm tempo da confeccionar aquelas belas comidinhas do tempo dos nossos avós. Belos tempos esses...

Mas, voltemos às cantinas. É hora de almoço. As crianças são muitas e o barulho é ensurdecedor. O nosso chefe, cheio de esperança vai perguntando: então, jovem, o que queres para almoçar?

- Douradinhos e batatas fritas.
- Não queres começar com uma sopinha especial, muito gostosa que fiz para ti?
- Não, douradinhos e batatas fritas.
- E o empadão tostadinho, desse deves gostar!!! Só de o olhar ficas com água na boca.
- Não, douradinhos e batatas fritas.

O chefe, caíu-lhe o coração ao chão, triste, desiludido, porque tanto se tinha empenhado em implementar a viragem dos maus hábitos alimentares das nossas crianças, para uma alimentação saudável e racional de que tanto se fala e muito pouco se faz.
Prometeu, porém, que não ia desistir. Era uma batalha que se tinha proposto vencer. Palmas para pessoas assim. Palmas para quem se preocupa com os outros e não olha só para o seu umbigo.

Não percamos a esperança porque esta é a última a morrer.

***

5 comentários:

Luis disse...

Querida Amiga Mara,
Infelizmente a comida servida nas escolas é fraca e mal preparada, mas nos tempos que correm talvez seja mesmo assim melhor do que as que têm em casa...
Que pena que assim aconteça!
Bom alerta este que aqui trouxe!
Um beijinho amigo.

Adelaide disse...

AMIGO LUIS,

Obrigada pela sempre agradável visita.
Pena é que as crianças adquiram hábitos numa idade em que as raízes se aprofundam e não saem mais.

Uma bom domingo para si e Família.

Adelaide

Maria Letr@ disse...

Sim, Milai, Jamie Oliver bem tenta ..., mas será que vai acabar por vencer? Nas escolas que conheço, bem me parece que ainda não entrou o que defende. No caso da primeira escola que o meu neto frequentou, as aulas iniciavam às 9h:10mm e terminavam às 15h:10m. Na escola onde hoje está a terminar a 3.ª classe, entram às 9h e saem às 15h:30m. Há, portanto, a vantagem de, pelo menos, comer bem quando chega a casa. Contudo, as alternativas são estas: ou come lá ..., sabe Deus o quê, ou leva, como muitos, o chamado lanchezinho e 'entretém' o estômago. Está mal, muito mal. Sobretudo num país que tanto admiro por tantas coisas boas que defendem. Mas é assim, há sempre lados bons e lados maus em tudo. Pena é que haja maus, quando da alimentação de crianças se trata. Se, na realidade, nós somos aquilo que comemos (também!), lamento, lamento muito mesmo.
Um grande abraço e bom domingo!

Adelaide disse...

Querida Mizita,

É isso mesmo! Jamie Oliver, um homem extraordinário que muito admiro pelo que tem feito em prol duma boa alimentação para as crianças. Muitas são teimosas a ponto de não quererem sequer provar as belíssimas comidas que o Jamie lhes faz. E quero batatas fritas, e quero batatas fritas...
Quanto a verduras, nem vê-las...

Beijinhos

A. João Soares disse...

Querida Mara (Milai),

Os problemas devem ser curados na sua causa. Os pais de tais crianças já foram viciados em tal alimentação. Tais erros enquadram-se num panorama geral de desleixo, desprezo pelos bons princípios, descuido com a segurança em todos os aspectos. Seria interessante alguém criar um movimento com sugestões à ONU para impor aos estados mais responsáveis o culto da excelência, do rigor na execução das tarefas. Dessa forma contribuía-se para reduzir os desastres de avião (erros da manutenção e da pilotagem), desastres na estrada (erros nos cuidados com o bom funcionamento dos carros e imprudências na condução), acidentes no trabalho, no desporto, em casa, com as crianças nas férias, etc, etc.

Ninguém se preocupa com a própria vida e com a dos outros. O mestre deste texto é uma feliz excepção. A Mara também, por aqui chamar a atenção.

Beijos
João
Do Miradouro