Vou olhar a Natureza, voltar os olhos para tudo que é belo, admirar as cores, as formas, a simplicidade e o fantástico. Vou descobrir os milagres que todos os dias acontecem e que deixamos passar, sem ver... Sim, é tristemente verdade! Habituamo-nos a não ter tempo para os belos pormenores que nos rodeiam! Olhamos o nada, o que não tem beleza, só as ruas, as lojas, as pessoas que andam apressadas...Damos mais atenção ao dia a dia, que nada tem de belo, e que é tão cansativo! E porque não tirarmos uns minutos por semana, (como fiz hoje e não me arrependo) esquecer o dia a dia sem graça, sair de casa, olhar o céu e as nuvens. Que belas são as nuvens, que belas formas apresentam porque os ventos e as brisas brincam com elas na imensidão dos ares, gozando dum belo azul como cor de fundo. É mágico o mundo em que vivemos! Entretanto, já avisto a imensidão das águas. Os meus olhos não têm tamanho suficiente para abarcar todo aquele verde que me refresca, que me dá força, que me lava a alma.
Parada, observo os navios ao longe. Sento-me para descansar e, mais um milagre acontece. Junto de mim, nascida de uma brecha do chão duro, seco e esbranquiçado, uma delicada flor azul, bela como as mais belas, fez-me pensar: "E se eu a arrancasse desta secura, a acariciasse nas palmas das minhas mãos, não frias, e a chegasse aos meus lábios, com doçura...Assim pensei e assim fiz. Beijei-a suavemente.
É agora uma amiga flor, que tem sede de água. Dou-lha. Ela como que me agradece. É o alimento que lhe dou até que ela se aguente, quem me dera que para sempre mas, este mundo mágico há-de roubar-ma, levar-ma triste e seca. Para onde? Não sei!!!
Adelaide 2010